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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Nem deu tempo de dizer adeus.

Pela primeira vez eu vou escrever dois textos em uma noite só. Pois é... Eu escrevi um texto antes desse, mas provavelmente não será o postado antes desse. Não sei se postarei. Mas esse não é o caso.
Eu quero finalmente assumir uma coisa. Eu me apaixonei. Não consegui fazer o que eu queria... Que era deixar de lado essa história de idealizar uma mulher. Eu ainda quero, porém ainda não consegui aprender como não me apegar tanto. Depois do primeiro beijo tudo sempre se torna diferente e eu começo a sonhar acordado.
Serei sincero e direi sem me prolongar. Eu detestei ter me apaixonado por ela. Não é a primeira vez que eu me arrependo de me equivocar assim. Já tive namoradas que não pude dizer que foram boas. Sempre disse e digo que elas fizeram com que eu perdesse meu tempo. Só que a diferença é que foram namoradas. Eu pude chamá-las de "minha". Dessa vez eu não tinha compromisso nenhum.
A garota fazia questão de falar que queria ser solteira. Eu me sentia um jogador reserva que se sentava no banco todo jogo, mas que nos treinos queria se ressaltar. Entendeu a analogia? Era bem isso que acontecia. E eu não me ressaltei nenhuma vez. Ela disse que apostaria em algo entre nós se estivesse disposta a tentar, mas não era o que ela queria.
No começo eu não ligava para esses comentários. "Não quero namorar", "nada de compromisso", "não vou me apaixonar". Eu ouvia isso como se ela falasse que estaria dando uma de durona, mas que talvez cedesse. Não foi o caso. Eu que acabei desistindo. Era desmotivaste demais me apaixonar a cada beijo e ver que para ela era só mais um beijo.
Talvez para ela tenha sido mais do que eu penso que foi. Só que eu acabo me enganando. Sempre acho que eu marquei mais e algumas vezes não foi assim. Ou meramente não é dito que eu marquei pelo orgulho ou algum valor desses. O caso é que eu não vou propor a ela nada que a faça me dizer se eu fui ou sou algo além de mais um. O que vinha dela era essa imagem de querer ser descartável. Não é tão sujo quanto pareceu. Descartável que me referi é relativo à falta de muita importância para com os beijos, momentos e havia e há uma ausência de sentimentos nítida vindo dela.
O que me fez escrever esse texto foi o pesar que eu senti ao me deparar com esses pensamentos. Ela que sem me dar nada, receberia de mim tudo que senti e eu não veria como uma troca injusta. Não me importaria. Somente pelo primeiro beijo ter tudo para dar errado, mas me descolar do chão instantaneamente. Tudo isso que eu senti e nada que eu pude levar a diante. Ela que agora se parece cada vez mais com uma das minhas ex namoradas. Logo uma que me fez sentir uma mágoa enorme...
Impressionante aonde chegamos. Algo que poderia ser tão bom, que poderia ser algo, de fato... Rejeitado pelo simples fato dela estar ligada demais a um passado recente que não quer mais viver. Não tem como não achar esse pensamento errado. Ela transformar um término de uma relação em um problema com nome de "compromisso". A relação em si não teve problema... Só o término. Esse pequeno detalhe a fez não querer ter compromisso com ninguém por um tempo. Além disso, ela diz que também não quer sair e beijar qualquer rapaz que queira um beijo dela. Contraditório até ela dizer que nunca beijou mais do que 10 rapazes. Não quer compromisso nem ficar sem rumo quanto a isso. Complicado.
Por um momento pensei que o valor que eu dava a ela era essa pureza de ser intocada. Depois de um tempo vi que nunca foi. Não há como ela ser pura assim sendo tão fria como parece ser. Eu não sei o que ela fez para eu idealizar uma equação tão perfeita a ponto de me fazer querer tanto desvendar o resultado. Só sei que eu não faço mais questão. Ela me motivou a isso.
Ela pareceu tanto querer ser um troféu. E eu querendo tanto que ela se tornasse "minha". Sinto-me triste dizendo que ela conseguiu o que queria. Eu? Eu tentarei esquecer o que eu queria. Parece equilibrado assim.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ser racional e sincero?

Eu dessa vez não vou ficar falando o que me motivou a escrever. Vou direto ao ponto. Dito isso eu queria começar com a frase: Eu não entendo como não há uma racionalidade básica. Não entendo mesmo. Parece que racionalidade é um termo variável por assumir vários pontos de vistas diferentes.
Essas diferenças ficam mais salientes em casais, presumo eu. O fato de ter um casal junto, mas sem compromisso é algo realmente intrigante. Não há sentimento, não há compromisso, mas se um dos dois beija alguma outra pessoa acaba trazendo mágoa para um dos dois do casal ou parada os dois. Acho isso idiota. Num faz sentido. Não há aquele contrato verbal nem nada. Mesmo assim fazer isso é um ato de "maldade".
E quando o rapaz toca no assunto "sexo" ou nem toda, simplesmente deixa escapar, e revela que quer fazer sexo com a "parceira". A mulher o trata como um troglodita que falou o que não devia. Isso é impressionante. Extremamente irracional, porque se existe um casal, mesmo que sem compromisso, é um fato que há um impulso tendendo para o sexo. Se não houvesse eles não estariam juntos mesmo que separados, certo? Mas a sinceridade trai o homem.
Quando a mulher que fala de sexo é logo vista como vagabunda. Ela não pode sentir desejo sexual nenhum. Tem que se fazer de boneca inflável até o rapaz tomar alguma atitude. É assim que funciona. O rapaz toma atitude e a mulher vai na dele ou não. Não sendo assim há algo de errado. Ridículo.
No fim das contas você trai você mesmo por ser sincero. Ao contar que beijou outra ou falando que tem vontade de levar a "relação" para um nível mais físico, mesmo que baseando-se em curiosidade. Mais estúpido ainda. Todas as pessoas pedem sinceridade, mas não lidam bem com ela.
Eu mesmo me deparo com situações de sinceridade que eu não consigo ser racional e me deixo levar por emoções. Porém, geralmente é quando alguém insiste em dizer algo do tipo "não passará de um caso" ou algo assim. Beleza, já entendi. Não me magoei nem nada. Isso na primeira vez. Lá pela sexta é complicado não se deixar levar.
Enfim... Eu não entendo o lado racional desse tipo de coisa. Parece sempre que o melhor a se fazer é aprender a mentir. Ser um bom mentiroso parece dar menos trabalho. Medíocre assim. Não parece valer a pena mesmo ser sincero. Mentindo é mais fácil e o resultado é o mesmo. Sorte que eu não sou assim. Ou pena. Já não sei mais.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Cinco... Só cinco anos.

Já faz um tempo que não venho aqui. Engraçado... Achei que sentiria falta, mas não senti. Estou aqui dessa vez por tédio, não por desabafo. Não creio que alguém vá acabar lendo isso que eu escrevi. Parece que é raro alguém acabar lendo algo que eu escrevo, mas enfim.
Eu fiquei pensando no que escrever por alguns dias. Mentalmente ordenando as palavras de forma que ficassem mais fáceis de entender por aqui. Um exercício bobo uma vez que eu não faria nada com aquele rascunho feito na minha cabeça.
Só que hoje eu pensei numa coisa. Nesses cinco anos que passaram. Tiveram tantas coisas nesse período curto. Eu me apaixonei, me magoei, me viciei em jogos idiotas... Fiz mil e uma coisas. Algumas que eu me arrependo e outras não. Principalmente pelo lado sentimental. Ah... Como eu queria poder construir algumas histórias de forma diferente.
O ruim é que a maioria acabou de um mesmo jeito. Era um sentimento que eu julgava forte e que valia a pena lutar que no fim acabou. Fazendo eu só ter contato com essas mulheres que eu quis tanto por uma janela no computador. De um sentimento que eu chamava de paixão, mas que era cada um diferente do outro acabando assim. Um contato sustentando por energia elétrica e internet.
Existem aquelas que me querem mais presente e aquelas que parecem sentir repulsa de mim. Essas são fáceis de entender. Ou ainda sentem carinho por mim ou me detestam. Simples assim. Complicadas são aquelas que parecem gostar, mas não querem se aproximar. Mesmo por computador existe uma barreira além do computador, de fato. Esse é o tipo de coisa que me intriga.
Pena não ter como montar esse quebra-cabeças. Essa equação será sempre um mistério. Quem sabe um dia eu possa voltar ao zero e mudar alguma coisa, não é? Talvez daqui a cinco anos.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Começou e acabou antes de de fato começar.

Um casal de amigos se encontra em uma praça para conversar. Alex precisava tirar um peso de seu peito e pediu para que Priscila o ajudasse com isso. Um mero desabafo que segurava por cerca de três meses. Algo mais ou menos assim:

-Oi, Pri. Tudo bom?
-Tudo e você, Alex?
-Mais ou menos. Queria te falar uma coisa.

A garota mostrou-se com um olhar preocupado e na face uma expressão de desentendimento. Com essa expressão e olhar prosseguiu a conversa assim:

-Pode falar qualquer coisa. Você sabe que eu adoro ajudar.

O rapaz olha para o chão e começa seu relato.

-A sua amiga Julia é muito legal. Eu acho que vai ser inevitável não se apaixonar por ela. O beijo dela é perfeito, o abraço dela me faz lembrar-se de coisas boas aleatórias e eu nem sei o motivo disso e o olhar dela quando eu faço uma piada que a deixa sem jeito me faz ficar bobo.

A garota solta um sorriso feliz e diz:

-Ah! E eu que achei que fosse uma coisa ruim que você ia falar!

Mesmo depois de falar isso o rapaz não sorri e nem muda o olhar. Continua parecendo triste. Não se abala com a amiga parecendo feliz e continua dizendo:

-Isso não é bom, Pri. Eu não quero isso para mim.

A garota volta a não entender nada e pergunta o motivo. O rapaz responde:

-Esse é o lado sentimental. O lado dos fatos são outros e não me deixam ter esperanças. Ela não parece querer mais alguém para estar com ela. Ela só parece não querer estar só, mas somente acompanhada. Nada de paixão ou amor. Somente segurança.

A amiga não entende bem e diz:

-Mas ela fez algo ou falou algo para parecer isso?

O rapaz responde:

-Não. Só diz estar magoada e não querer mais um relacionamento. Por isso não sei se devo continuar vendo-a. Ela já me conquistou e nem sabe.
Ela me deu um beijo e eu só com isso quis chamá-la de "minha" para que o beijo fosse só "nosso". Isso tudo sem nem ao menos conhecê-la direito para saber se daria certo. Não me importaria de tentar. Valeria à pena, mesmo que eu estivesse equivocado.

A amiga está com cara de assustada e olhando para algo ou alguém atrás do rapaz. O rapaz se vira e vê Julia atrás dele. Faz cara de assustado e suas bochechas ficam coradas. A garota tinha chegado por acaso ao banco de praça onde os amigos conversavam.
Julia parece sem ação e não diz nada. Fica aquele silêncio durante cerca de 10 segundos até que Julia pergunta:

-É verdade, Alex?

Ele responde:

-Sim...

Ela olha sem jeito e pede desculpas e tenta explicar que não tinha como ela saber o quão mal ela parecia fazer. Não tinha nada que ela pudesse fazer. Nem mesmo prever.

-E como vai ser agora?

O rapaz pergunta sem esperança nenhuma.

Julia olha nos olhos coberta de vergonha do rapaz e diz:

-Agora eu saio da sua vida e deixo de te machucar. Você não merece isso e o que você merece e quer, eu não posso te dar. Não acho que seria verdadeiro. Isso não seria correto.

O rapaz parece que não se abalou. Sorri e diz que está tudo certo. Agradece a sinceridade e dá um beijo de despedida no rosto de cada uma e vai embora.
As garotas sentam-se no banco e falam que ele aceitou bem e que estava tudo certo. Palavras falsas vindas de Priscila, pois havia visto uma gota no chão no trajeto que Alex acabara de percorrer. Não era um dia chuvoso e não estava tão calor a ponto do rapaz suar daquele jeito. Era uma lágrima, de fato. Uma que acabara de soltar-se do rosto do rapaz.
A amiga sente-se impotente diante da situação. Ela sabe que o tempo que secaria a lágrima seria curto, mas por mais que não fosse curto com o coração do rapaz ele o faria cicatrizam.