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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Começou e acabou antes de de fato começar.

Um casal de amigos se encontra em uma praça para conversar. Alex precisava tirar um peso de seu peito e pediu para que Priscila o ajudasse com isso. Um mero desabafo que segurava por cerca de três meses. Algo mais ou menos assim:

-Oi, Pri. Tudo bom?
-Tudo e você, Alex?
-Mais ou menos. Queria te falar uma coisa.

A garota mostrou-se com um olhar preocupado e na face uma expressão de desentendimento. Com essa expressão e olhar prosseguiu a conversa assim:

-Pode falar qualquer coisa. Você sabe que eu adoro ajudar.

O rapaz olha para o chão e começa seu relato.

-A sua amiga Julia é muito legal. Eu acho que vai ser inevitável não se apaixonar por ela. O beijo dela é perfeito, o abraço dela me faz lembrar-se de coisas boas aleatórias e eu nem sei o motivo disso e o olhar dela quando eu faço uma piada que a deixa sem jeito me faz ficar bobo.

A garota solta um sorriso feliz e diz:

-Ah! E eu que achei que fosse uma coisa ruim que você ia falar!

Mesmo depois de falar isso o rapaz não sorri e nem muda o olhar. Continua parecendo triste. Não se abala com a amiga parecendo feliz e continua dizendo:

-Isso não é bom, Pri. Eu não quero isso para mim.

A garota volta a não entender nada e pergunta o motivo. O rapaz responde:

-Esse é o lado sentimental. O lado dos fatos são outros e não me deixam ter esperanças. Ela não parece querer mais alguém para estar com ela. Ela só parece não querer estar só, mas somente acompanhada. Nada de paixão ou amor. Somente segurança.

A amiga não entende bem e diz:

-Mas ela fez algo ou falou algo para parecer isso?

O rapaz responde:

-Não. Só diz estar magoada e não querer mais um relacionamento. Por isso não sei se devo continuar vendo-a. Ela já me conquistou e nem sabe.
Ela me deu um beijo e eu só com isso quis chamá-la de "minha" para que o beijo fosse só "nosso". Isso tudo sem nem ao menos conhecê-la direito para saber se daria certo. Não me importaria de tentar. Valeria à pena, mesmo que eu estivesse equivocado.

A amiga está com cara de assustada e olhando para algo ou alguém atrás do rapaz. O rapaz se vira e vê Julia atrás dele. Faz cara de assustado e suas bochechas ficam coradas. A garota tinha chegado por acaso ao banco de praça onde os amigos conversavam.
Julia parece sem ação e não diz nada. Fica aquele silêncio durante cerca de 10 segundos até que Julia pergunta:

-É verdade, Alex?

Ele responde:

-Sim...

Ela olha sem jeito e pede desculpas e tenta explicar que não tinha como ela saber o quão mal ela parecia fazer. Não tinha nada que ela pudesse fazer. Nem mesmo prever.

-E como vai ser agora?

O rapaz pergunta sem esperança nenhuma.

Julia olha nos olhos coberta de vergonha do rapaz e diz:

-Agora eu saio da sua vida e deixo de te machucar. Você não merece isso e o que você merece e quer, eu não posso te dar. Não acho que seria verdadeiro. Isso não seria correto.

O rapaz parece que não se abalou. Sorri e diz que está tudo certo. Agradece a sinceridade e dá um beijo de despedida no rosto de cada uma e vai embora.
As garotas sentam-se no banco e falam que ele aceitou bem e que estava tudo certo. Palavras falsas vindas de Priscila, pois havia visto uma gota no chão no trajeto que Alex acabara de percorrer. Não era um dia chuvoso e não estava tão calor a ponto do rapaz suar daquele jeito. Era uma lágrima, de fato. Uma que acabara de soltar-se do rosto do rapaz.
A amiga sente-se impotente diante da situação. Ela sabe que o tempo que secaria a lágrima seria curto, mas por mais que não fosse curto com o coração do rapaz ele o faria cicatrizam.

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