Acho que todo mundo já escutou aquela frase clichê sobre amigos, certo? Aquela que diz que os amigos são aqueles que gostam de nós mesmo sabendo dos nossos defeitos. Mas será que é isso mesmo? Bom, eu estava pensando sobre isso certa vez e fiquei especulando. Porque deixamos de falar com essas pessoas chamadas de amigos em alguns casos? Geralmente o motivo é por não aceitar um defeito.
Eu não entendo isso de você acabar de desvirtuado tão de relance. Você achar tantos defeitos (é, você sempre acaba achando) e depois de tantos você se deixar levar por um. É meio estúpido. Uma peça fazer desmoronar algo tão difícil de se construir. Esse pensamento me fez refletir de verdade. Me senti um hipócrita.
Não consigo me ver longe desse momento destrutivo e menos longe ainda de um sentimento que não me deixa voltar a construir aquilo agora aos pedaços. Mesmo sabendo como fazer parece que não tem mais sentido. Eu achei algo que eu não suporto e isso não me deixa mais suportar nem as outras coisas bobas que eu suportava. Eu não consigo entender bem isso.
Você passa tanto tempo com uma pessoa, conta muitos segredos. E um belo dia você não suporta um detalhe e se magoa. Isso forma uma avalanche que faz cada peça sair do lugar e todo o resto se perde. Um dia que apaga tantos outros. Um desentendimento que se sobrepõe diante de tantos momentos bons. Irracional demais. No entanto, comum demais.
É chato falar de algo ruim fazendo parte disso. Eu me sinto estranho estando em uma posição que não me agrada, mas me vejo estando de mãos atadas. Me sinto por um breve momento um fantoche de valores que me são tão repudiados por mim. Gostaria de mudar essa situação, mas não vejo muita escapatória. Essa é uma mudança que me assusta.
sábado, 30 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Medo do escuro.
É uma quinta-feira e são exatamente 00:04 horas. Ao menos isso é o que mostra no despertador do lado da cama de Alicia. Uma menina de 10 anos que não tira os olhos desse marcador digital procurando conforto com o passar do tempo e a cada minuto estando mais perto da luz do sol trazida pela manhã.
O medo assola seus pensamentos. É uma casa nova, grande, assustadora. A fiação tem problemas e a luz fica piscando, o encanamento range e a faz sentir calafrios e o piso faz mais barulho do que a rua movimentada durante o dia.
A pobre menina se sente assustada como nunca se sentiu. Ela olha para a rua serena e para seu relógio. Sua atenção fica dividida para os dois lados de sua cama enquanto busca um pouco de conforto diante de tanto terror. Mesmo ela tendo conversado com sua mãe e escutado que era normal sentir medo dessas coisas isso não acabou ajudando. O conforto que ela busca não é conquistado.
Ela corre para seu guarda-roupa, pega sua lanterna de fada e pula em sua cama para debaixo do seu cobertor. Faz um barulho enorme, mas por fim ela se sente mais segura. Ela pega seu diário que esconde embaixo do travesseiro e começa a escrever algo parecido com:
"Hoje é meu primeiro dia nessa casa nova. Eu acho que ela é mal assombrada. Parece que ela está me vigiando e me conhece melhor do que ninguém e sabe sempre aonde eu tento me esconder. Não sei explicar. É estranho e assustador.
Eu nunca devia ter dito para a mamãe que eu sou crescida e que não precisava de luz acesa para dormir. Eu estou morrendo de medo agora. Só quero que fique logo de manhã para que eu não sinta mais medo."
E quando a menina acaba de escrever ela espia por baixo do cobertor e são 3:49 horas. Ela se sente mais aliviada, mas ainda apreensiva e logo quando a tranquilidade parece estar se concretizando a luz de sua lanterna se acaba por falta de pilhas e ela grita e sai correndo com o susto.
No corredor escuro ela acaba batendo em uma das mesas e em uma porta até conseguir pegar o trajeto certo. Eis que de repente ela é segurada por alguém e ela solta um grito de desespero. A luz se acende e ela se dá conta de que é sua mãe que foi ver o que acontecia e acabou encontrando-a. Ela acalma Alicia e a leva para o quarto para dormir junto dela e do pai da menina.
Quando amanhece e todos acordam, vão tomar café e a mãe de Alicia diz que é normal ter medo e que muitas vezes é difícil encontrar coragem sozinhos. Porém, quando há com quem dividir esse medo e encontrar segurança, o medo se vai e você nem percebe que teve coragem de procurar essa pessoa para te ajudar e no fim das contas ela só fez a sua coragem crescer.
Alicia sorri e fica ansiosa pela noite. Ela quer ser corajosa dessa vez.
O medo assola seus pensamentos. É uma casa nova, grande, assustadora. A fiação tem problemas e a luz fica piscando, o encanamento range e a faz sentir calafrios e o piso faz mais barulho do que a rua movimentada durante o dia.
A pobre menina se sente assustada como nunca se sentiu. Ela olha para a rua serena e para seu relógio. Sua atenção fica dividida para os dois lados de sua cama enquanto busca um pouco de conforto diante de tanto terror. Mesmo ela tendo conversado com sua mãe e escutado que era normal sentir medo dessas coisas isso não acabou ajudando. O conforto que ela busca não é conquistado.
Ela corre para seu guarda-roupa, pega sua lanterna de fada e pula em sua cama para debaixo do seu cobertor. Faz um barulho enorme, mas por fim ela se sente mais segura. Ela pega seu diário que esconde embaixo do travesseiro e começa a escrever algo parecido com:
"Hoje é meu primeiro dia nessa casa nova. Eu acho que ela é mal assombrada. Parece que ela está me vigiando e me conhece melhor do que ninguém e sabe sempre aonde eu tento me esconder. Não sei explicar. É estranho e assustador.
Eu nunca devia ter dito para a mamãe que eu sou crescida e que não precisava de luz acesa para dormir. Eu estou morrendo de medo agora. Só quero que fique logo de manhã para que eu não sinta mais medo."
E quando a menina acaba de escrever ela espia por baixo do cobertor e são 3:49 horas. Ela se sente mais aliviada, mas ainda apreensiva e logo quando a tranquilidade parece estar se concretizando a luz de sua lanterna se acaba por falta de pilhas e ela grita e sai correndo com o susto.
No corredor escuro ela acaba batendo em uma das mesas e em uma porta até conseguir pegar o trajeto certo. Eis que de repente ela é segurada por alguém e ela solta um grito de desespero. A luz se acende e ela se dá conta de que é sua mãe que foi ver o que acontecia e acabou encontrando-a. Ela acalma Alicia e a leva para o quarto para dormir junto dela e do pai da menina.
Quando amanhece e todos acordam, vão tomar café e a mãe de Alicia diz que é normal ter medo e que muitas vezes é difícil encontrar coragem sozinhos. Porém, quando há com quem dividir esse medo e encontrar segurança, o medo se vai e você nem percebe que teve coragem de procurar essa pessoa para te ajudar e no fim das contas ela só fez a sua coragem crescer.
Alicia sorri e fica ansiosa pela noite. Ela quer ser corajosa dessa vez.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Dois lados de uma moeda.
Eu aposto com você que você já se pegou pensando em destino. Um belo dia você pára e pensa que cada passo que você está dando em direção à locadora está escrito em um livro e mesmo que você não saiba qual o filme que você vai pegar o livro vai dizer qual é. Isso te assusta. Não tem como não assustar. O que você faz? Faz o que todo mundo faz. Não pensa nisso e desacredita nessa especulação.
Mas tem uma coisa que está ligada a esse destino que me intriga. Uma expressão que diz "o mundo gira". Esse é um pensamento que me deixa curioso. Ele realmente acaba vindo a tona em algum momento. Já vi pessoas que fizeram coisas ruins tomarem rumos auto destrutivos e outro que vivem a vida achando que é uma vida boa e no fim das contas eles tem uma válvula que deveria ser de escape sendo algo negativo.
Um exemplo bobo de cada um, respectivamente: Um rapaz sem respeito por quem o chama de amigo acaba sozinho e só com falsos amigos e um rapaz que acha que tem a namorada perfeita, mas no fim das contas ele tem um "tumor" e não uma namorada.
São coisas corriqueiras que você vê em toda esquina. Já aconteceu contigo e já aconteceu comigo. Mas a questão não é essa. A questão é quando o mundo gira e não parece ter girado. Já aconteceu com você? Comigo já...
Um bom tempo se passou e acontecimentos se perderam no tempo. Uns viraram lembranças boas, outros lembranças ruins e outros não viraram nada além de acontecimentos passados. Só que por acaso eu os trouxe de volta. Os resgatei. Sentimentos profundos, conversas íntimas e pensamentos confusos.
Depois eu me dei conta do motivo de eu ter feito isso. E o motivo não me veio à cabeça. Dar satisfação para alguém? Mostrar um sentimento de saudade que mude algo? Meramente dividir isso tudo com alguém?
É uma incógnita dentro da minha cabeça e da minha realidade. Eu não vejo meios de mudar de alguma maneira essas coisas que eu lembrei, mas sei que certas coisas mudaram e que "o mundo girou". Mas no fim das contas, mesmo sabendo que muitas coisas se transformaram em outras... Não sinto ou vejo tal diferença relacionada a mim. Parece que nada mudou por esse motivo. Me sinto um mero espectador.
Mas tem uma coisa que está ligada a esse destino que me intriga. Uma expressão que diz "o mundo gira". Esse é um pensamento que me deixa curioso. Ele realmente acaba vindo a tona em algum momento. Já vi pessoas que fizeram coisas ruins tomarem rumos auto destrutivos e outro que vivem a vida achando que é uma vida boa e no fim das contas eles tem uma válvula que deveria ser de escape sendo algo negativo.
Um exemplo bobo de cada um, respectivamente: Um rapaz sem respeito por quem o chama de amigo acaba sozinho e só com falsos amigos e um rapaz que acha que tem a namorada perfeita, mas no fim das contas ele tem um "tumor" e não uma namorada.
São coisas corriqueiras que você vê em toda esquina. Já aconteceu contigo e já aconteceu comigo. Mas a questão não é essa. A questão é quando o mundo gira e não parece ter girado. Já aconteceu com você? Comigo já...
Um bom tempo se passou e acontecimentos se perderam no tempo. Uns viraram lembranças boas, outros lembranças ruins e outros não viraram nada além de acontecimentos passados. Só que por acaso eu os trouxe de volta. Os resgatei. Sentimentos profundos, conversas íntimas e pensamentos confusos.
Depois eu me dei conta do motivo de eu ter feito isso. E o motivo não me veio à cabeça. Dar satisfação para alguém? Mostrar um sentimento de saudade que mude algo? Meramente dividir isso tudo com alguém?
É uma incógnita dentro da minha cabeça e da minha realidade. Eu não vejo meios de mudar de alguma maneira essas coisas que eu lembrei, mas sei que certas coisas mudaram e que "o mundo girou". Mas no fim das contas, mesmo sabendo que muitas coisas se transformaram em outras... Não sinto ou vejo tal diferença relacionada a mim. Parece que nada mudou por esse motivo. Me sinto um mero espectador.
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