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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Visão, audição e tato.

Faz tempo que eu não tenho vontade de escrever algo. Esse estado em que eu me encontro não faz deixar aflorar uma inspiração concreta em mim e eu acabo somente vendo os dias passarem. Mas hoje eu fiz algo diferente. Na verdade é algo que eu faço todos os dias, mas que por acaso me fez refletir.

Eu hoje toquei meu violão. Coisa que faço todos os dias em que paro em casa e toco ao menos por meia hora no decorrer do dia. Isso nunca foi algo que me fizesse refletir. Meu violão é um companheiro de lembranças e sonhos. Já fui a muitos lugares com ele e já lembrei de muitas coisas.

O fato é que hoje eu estava tocando o meu violão, acabou a luz e eu por um instante deixei de tocar e assimilei o ocorrido. Não foi nada de mais, foi meramente uma queda de energia. Durou poucos segundos. Foi o tempo de eu levantar calmamente da minha cadeira segurando meu violão e olhar para a lâmpada. De repente a luz voltou.

Voltei a me sentar e continuei a música que estava tocando e por algum motivo ela não estava soando bem como antes da queda de energia. Eis que eu coloquei meu violão de lado e pensei nisso por um instante deitado na minha cama encarando o teto. Levantei-me, apaguei a luz e voltei a tocar e funcionou. A melodia parecia novamente ser agradável. Após tocar por alguns minutos novamente deixei meu violão descansar e fui fazer outras coisas.

Depois de fazer algumas coisas e parar de novo no meu quarto, eu peguei novamente meu violão para tocar. Acendi a luminária e comecei a dedilhar(coisa que não faço muito) e não prestei muita atenção no som. Somente nos movimentos dos meus dedos. Não era nada complexo e nem soava como uma música que revolucionaria o mundo, mas eu me peguei fixado no movimentar dos dedos. Uma mão acompanhando a outra de formas diferentes.

Depois disso fiquei pensando até agora. A vida tem muito desse tipo de coisa. Você quando tem algum laço com alguém segue em uma mesma direção, mas de formas diferentes. E como em uma música improvisada, você não sabe qual o fim e nem se será harmônico, tampouco se o compasso continuará igual. Se torna tudo uma questão de feeling. Torna-se uma questão de desligar a luz, ouvir o som e sentir o movimento dos dedos. E se der sorte não errar nenhuma nota.

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