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sábado, 26 de março de 2011

O diário de uma menina qualquer.

Hoje acordei assustada e aflita. Novamente tive o mesmo sonho que venho tendo durante as noites em que eu consigo dormir. Parece que mesmo dormindo o tempo se passa e é desgastante como se eu estivesse acordada. Por conta disso eu não consigo me sentir completamente saudável. Eu vejo meus dias passando cada vez mais devagar e me vejo encarando meu reflexo diante do espelho tentando saber de onde vem essa maquiagem borrada.

O sonho sempre tem o mesmo começo. Sou eu de vestido branco subindo a encosta de o que parece ser uma montanha. É tudo cinza, o céu é nublado, o chão com pequenas pedras pretas que parecem sedimentos das grandes rochas negras que vão formando a montanha. Eu começo a subir a montanha e tudo parece bem, eu sinto que tenho um propósito. Só perco essa segurança quando vejo meu vestido começando a ficar sujo por tocar o chão. Eu paro por um segundo, abaixo, pego o vestido e vejo que não há como limpar.

Após levantar minha cabeça e olhar para frente, o sonho geralmente muda. Certa vez sonhei que só ficava encarando uma nuvem que não acompanhava as outras com o vento e ia afundando nas pequenas pedras que estavam sob meus pés. Não me dava conta de afundar. Somente quando a escuridão cobria meus olhos eu sabia onde estava e acordava assustada.

Outra vez eu acabara de olhar o vestido e antes de levantar meu rosto para ver a direção para onde seguiria começava a andar olhando os meus pés e via que as pedras no chão começavam a não serem foscas. Parava de frente para uma enorme rocha, usava a manga do vestido para limpar e polir a superfície da rocha e ficava vendo meu reflexo. Era um reflexo que expressava o que eu não sentia. Eu via lágrimas molhando meu vestido e o reflexo me mostrava sorrindo. Quando limpei meu rosto e sorri, o meu reflexo chorou. De repente meu reflexo começou a afundar no chão e eu me vi flutuando. Só que o céu não estava mais nublado. O céu havia se tornado o chão e eu estava caindo. Acordo me vendo de bruços no chão encarando uma boneca que está debaixo da minha cama.

O ultimo sonho que tive foi um em que eu acabara de pegar o vestido, levantava e olhava para frente. Quando ia dar o primeiro passo, meu vestido ficava preso em uma pedra e eu apenas movia a pedra e continuava seguindo. Eu via as nuvens passando e o céu nublado deixando mais evidente a noite e o dia passando. O tempo pareceu durar semanas me baseando pelo céu, mas parece que eu dei apenas cerca de vinte passos. Chego na beirada de um penhasco e chuto algumas pedras lá para baixo. Quando fecho meus olhos e decido abri-los novamente para pular ou voltar, meu despertador toca e eu acordo suada e ofegante. Só que dessa vez era diferente. Não senti medo.

Assim tem sido as noites que durmo. As que fico acordada eu sempre acabo me ocupando com um bom livro, música, televisão ou alguma comida que me faça esquecer o sono. Não entendo o que me impede de ter uma noite plena e feliz. Não sei o motivo de sonhar todas as noites e sempre lembrar, acho que isso não é muito normal.

Depois de hoje ter sonhado com aquele penhasco e não sentir medo, mal vejo a hora de poder sair do trabalho, chegar em casa e deitar na minha cama. Não sinto mais a maquiagem nos meus olhos escorrer pelo meu rosto por conta de lágrimas. Não há mais receio de haver algum problema. Quero só saber se aquele é o fim desse capítulo da minha vida. Sei que não é o fim da minha história.

quinta-feira, 17 de março de 2011

É sobre sentimentos, mas não amor.

Gostaria de em um momento viver em um mundo utópico. Fico curioso sobre tal maneira de se ver a vida. Seria um alinhamento perfeito de tudo e qualquer coisa e uma existência que beiraria toda a visão celestial que temos baseada em fé. O máximo que o homem conseguiu chegar de tal feito foi o socialismo. Não pareceu grande coisa porque eram todas as pessoas sujeitas a vidas medíocres.

Eu vivo em um mundo capitalista. Utopia aqui nem parece ser um rascunho mal feito de uma idéia tida em um sonho embaralhado e praticamente esquecida. Essa sociedade que me rodeia me faz ser de um jeito peculiar. Individualista, narcisista, materialista e muitas outras coisas, mas vamos nos manter só nesses três.

Vamos começar pelo primeiro. Eu não consigo me ver ajudando uma pessoa a sair de um buraco, pois ela não está na zona de alcance do meu braço. Digamos que o alcance é um metro. Isso se dá por uma limitação física. No caso, meu braço não é longo o suficiente e meu alcance é limitado. Porém, eu não consigo me ver tocando em outra pessoa que está a 30 centímetros de mim. Porque por algum momento eu posso cair no buraco que ela está por, talvez, ela ser mais pesada que eu e acabar me puxando.

É uma situação bem desconfortável você poder fazer algo pelo outro, mas simplesmente não fazer por algum valor seu. E eu não estou me fixado ao exemplo trivial que eu usei. É um exemplo bobo que talvez faça você ver como cada um de nós é em algum momento das nossas vidas. Alguns com mais intensidade e frequência, outros menos, logicamente. Mas a questão é que em algum momento somos assim e isso afeta os outros. As vezes de maneiras terríveis por muito pouco e nem notamos.

O segundo ponto é muito variável. Existente em qualquer um, mas muitas vezes não chega a ser tal palavra. Narcisismo é uma palavra forte. Vaidade é uma coisa corriqueira que é uma linha paralela, mas não chega a ser tão gritante. Não é algo que acaba afetando as pessoas ao seu redor se elas não se deixarem afetar. É uma atenção absurda que você dá para a sua aparência e acaba fazendo você ser um ser individualista a ponto de não se importar com a opinião e conselhos dos outros. Novamente, algo destrutivo que afasta as pessoas que gostam de nós.

Esse segundo ponto é tão bobo quanto o terceiro. O terceiro é um vício baseado em ignorância e ostentação. É algo irracional e impulsivo. Coisa que a sociedade em que vivemos nos impõe e nós aceitamos muitas vezes sem nem notar. Quantas vezes você saiu de casa e comprou algo que não precisava? Muitas. Todo mundo faz isso. Às vezes com algum motivo estúpido (estou triste, vou comprar uma roupa) ou por um motivo que a pessoa julga sério (tenho que comprar um equipamento de som com 10 caixas com 2 falantes porque sou cinéfilo).

Os três itens são impostos a nós. Não nos damos conta muitas vezes de quando estamos sendo levados por algum deles e o quanto eles nos prejudicam. Talvez eu seja cada um deles, talvez nenhum. Mas eu acredito em uma coisa. Se você nunca foi ou é alguma dessas coisas, ache alguém como você, case com essa pessoa e vire individualista. Porque amorosamente, você vai estar em uma utopia.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Os dois lados de uma moeda.

Ela:

Eu tenho que desabafar uma coisa muito séria com você. Já se passou um tempo que não estamos mais juntos e eu ainda penso em muitas coisas. Acho que muitas delas são desabafos que eu nunca consegui superar. Só queria te dizer algumas coisas antes que os nossos desencontros fossem mais comuns do que os de agora.
Dessa vez não estou me sentindo bem. Eu não mudaria nada do que eu disse e menos ainda do que eu fiz. Acho que tudo foi dito e feito por algum motivo. E chegamos nesse impasse porque tínhamos que chegar. Então eu só gostaria de te dizer algumas coisas sobre como eu me sinto agora.
Eu não acho que devia ter te pedido desculpas. Eu não fiz nada de errado, mas eu pedi e se isso foi a moeda de troca para que houvesse silêncio, que seja. Talvez nenhum de nós merecesse ser desculpado porque ambos erramos. Eu assumi a culpa e você nem agradeceu. Agora quem deveria se desculpar? Mas não se preocupe. O silêncio é mais valioso que um pedido de desculpas.
Sempre que nós brigávamos quem tinha que se fazer de errado era eu, porque se não fosse assim, era sempre uma discussão sem fim. Porque nunca você assumia o erro e quando assumia era se fazendo de coitadinho. Eu sempre odiei esse defeito seu, mas consegui te amar até o fim e depois do fim do mesmo jeito. Isso não mudou nada.
Tolerância só existia no seu vocabulário quando você tinha segundas intenções. Nada com você era de graça. Sempre um ato era premeditado e esperava uma resposta que te agradasse. Qual a função de uma relação se você quer estar com um robô? Por que você simplesmente não tenta namorar o seu reflexo no espelho?
Eu não entendo como o fim nunca foi o suficiente para você. Você tende a se mostrar cada dia que passa uma pessoa em que eu vejo menos valores, menos coisas que me atraem. Você foi o problema todo. Eu só chorava e você só se importava quando eu chegava a esse ponto. Você no fim fez um sentimento lindo em algo cheio de cicatrizes e inseguranças. Eu te amei e sempre vou te amar, mas o passado fica no passado. Era isso que eu tinha para te dizer.

Ele:

Queria te falar uma coisa. Eu sei que a gente terminou tem tempo, mas eu preciso tirar do peito uma coisa que me incomoda bastante. Queria dizer 3 coisas muito simples que são respostas para perguntas que eu fiz para mim mesmo e só depois desse tempo eu consegui.
Primeiro: nosso namoro foi horrível. Segundo: o problema todo do nosso namoro foi você. Terceiro: O sentimento foi ótimo, os momentos foram bons, mas eu não quero isso de novo nunca.
Eu sei que eu poderia deixar isso de lado e nunca ter te falado esse tipo de coisa, mas eu te amei. E você que sempre cobrou tanto da minha sinceridade. Quando eu digo: "é isso que a gente faz com quem a gente ama e perde. A gente aprende a magoar", esse sou eu sendo sincero.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Verdades aleatórias

10 - Eu acredito em mudanças

5 - Sonhos são as motivações perfeitas

2 - O mundo realmente gira

7 - O tempo passa e a gente esquece

4 - Muitos clichês são verdadeiros

1 - A esperança não é a última que morrer. Você decide qual é o último sentimento a morrer.

9 - Musicas e filmes parecem piorar com o tempo

3 - Conquistas baseadas em medos tem mais valor

8 - Nada vai cair do céu, mas bem que eu gostaria que caísse.

6 - Todas as "primeiras vezes" que julgamos importantes, não esquecemos.