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quinta-feira, 17 de março de 2011

É sobre sentimentos, mas não amor.

Gostaria de em um momento viver em um mundo utópico. Fico curioso sobre tal maneira de se ver a vida. Seria um alinhamento perfeito de tudo e qualquer coisa e uma existência que beiraria toda a visão celestial que temos baseada em fé. O máximo que o homem conseguiu chegar de tal feito foi o socialismo. Não pareceu grande coisa porque eram todas as pessoas sujeitas a vidas medíocres.

Eu vivo em um mundo capitalista. Utopia aqui nem parece ser um rascunho mal feito de uma idéia tida em um sonho embaralhado e praticamente esquecida. Essa sociedade que me rodeia me faz ser de um jeito peculiar. Individualista, narcisista, materialista e muitas outras coisas, mas vamos nos manter só nesses três.

Vamos começar pelo primeiro. Eu não consigo me ver ajudando uma pessoa a sair de um buraco, pois ela não está na zona de alcance do meu braço. Digamos que o alcance é um metro. Isso se dá por uma limitação física. No caso, meu braço não é longo o suficiente e meu alcance é limitado. Porém, eu não consigo me ver tocando em outra pessoa que está a 30 centímetros de mim. Porque por algum momento eu posso cair no buraco que ela está por, talvez, ela ser mais pesada que eu e acabar me puxando.

É uma situação bem desconfortável você poder fazer algo pelo outro, mas simplesmente não fazer por algum valor seu. E eu não estou me fixado ao exemplo trivial que eu usei. É um exemplo bobo que talvez faça você ver como cada um de nós é em algum momento das nossas vidas. Alguns com mais intensidade e frequência, outros menos, logicamente. Mas a questão é que em algum momento somos assim e isso afeta os outros. As vezes de maneiras terríveis por muito pouco e nem notamos.

O segundo ponto é muito variável. Existente em qualquer um, mas muitas vezes não chega a ser tal palavra. Narcisismo é uma palavra forte. Vaidade é uma coisa corriqueira que é uma linha paralela, mas não chega a ser tão gritante. Não é algo que acaba afetando as pessoas ao seu redor se elas não se deixarem afetar. É uma atenção absurda que você dá para a sua aparência e acaba fazendo você ser um ser individualista a ponto de não se importar com a opinião e conselhos dos outros. Novamente, algo destrutivo que afasta as pessoas que gostam de nós.

Esse segundo ponto é tão bobo quanto o terceiro. O terceiro é um vício baseado em ignorância e ostentação. É algo irracional e impulsivo. Coisa que a sociedade em que vivemos nos impõe e nós aceitamos muitas vezes sem nem notar. Quantas vezes você saiu de casa e comprou algo que não precisava? Muitas. Todo mundo faz isso. Às vezes com algum motivo estúpido (estou triste, vou comprar uma roupa) ou por um motivo que a pessoa julga sério (tenho que comprar um equipamento de som com 10 caixas com 2 falantes porque sou cinéfilo).

Os três itens são impostos a nós. Não nos damos conta muitas vezes de quando estamos sendo levados por algum deles e o quanto eles nos prejudicam. Talvez eu seja cada um deles, talvez nenhum. Mas eu acredito em uma coisa. Se você nunca foi ou é alguma dessas coisas, ache alguém como você, case com essa pessoa e vire individualista. Porque amorosamente, você vai estar em uma utopia.

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