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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

1 hora em 1 minuto ou 1 minuto em 1 hora?


Eu escrevi outro dia aqui. Não faz muito tempo. Não pensei que não demoraria muito para que eu tivesse vontade de escrever algo aqui tão cedo. Eu acabei me pegando pensando em algo meio aleatório, mas que definitivamente me fez querer refletir.
Eu fiquei pensando em como as coisas mudam tão rapidamente e outras tão devagar.
Eu parei para pensar em como 10 anos fizeram diferença para tanta coisa e para outras nenhuma. Agora penso em coisas que há 10 anos atrás eu não pensava. Sinto coisas que não sentia e gosto de coisas que não gostava. Mas isso é só falando sobre mim.
A cidade mesmo mudou bastante em 10 anos, a economia continua péssima como sempre, mas mudou algumas coisas, o governo mudou... continua horrivel, mas mudou, por mais que não pareça ter mudado. São mudanças que 10 anos não resolveram nada. Essas sim são bem lentas.
Há 10 anos você talvez nem sonhava. O seu maior sonho era talvez fosse algo infantil e possivelmente impossível. Não é algo que você sonha hoje contando com as possibilidades. Antigamente era um sonho que você via realizado quando fizesse 15 anos. Agora talvez nem com 60 você consiga realizar.
Hoje é um pouco mais moderno que ontem e um pouco menos destruído que amanhã. Amanhã vai ser um dia mais perto de um fim inevitável. É. Eu fui bem pessimista, mas é a unica certeza que nós temos nessa vida tão corrida e tão devagar. A certeza de que um dia isso vai acabar. Pena que não vai começar. Seria bom se começasse tudo de novo e que fosse de um jeito melhor. Mas eu fui pessimista porque com o rumo que nós tomamos em termos de preservação é mais certo que a terra acabe do que que ela dure. Nós só contamos com o tempo sendo devagar nesse ponto.
Isso tudo eu pensei outro dia em quanto estava sentado conversando. Uma conversa amigável com uma pessoa que eu não via há um bom tempo. E eu vou te falar que não era nem de perto essa conversa que eu tive. Foi algo muito mais do presente do que algo que me fizesse pensar desse modo no passado. O que me fez pensar nesses anos que passaram e como passaram foi o fato de eu ter tido uma conversa parecida cerca de um ano atrás com a mesma pessoa. Foi um ano sem ter uma conversa daquelas. Engraçado, não é? Passou esse tempo todo e no fim das contas nem pareceu tanto tempo.
O tempo passa rápido e você nem sente, mas se você tiver feito a pessoa sentir um pouquinho de saudade de você, você faz com que essa pessoa veja o mesmo tempo passar muito mais devagar. Engraçado também que ao fazer eu me lembrar dessa conversa eu acabei "desacelerando". E agora parece que eu estou novamente no presente que era onde eu me sentia ao conversar há um ano.
Uma amizade que eu achei que não teria mais, um rosto que eu não achei que eu fosse ver novamente. Uma conversa que eu achei que se perderia no tempo. Imagina daqui a 10 anos. Se em um foi assim, como será que vai ser em 10?
Eu acho difícil ser a mesma coisa. 10 anos, nesse caso, é algo muito distante para se medir. É uma distância temporal muito longa mesmo. Diferente de algo com uma extimativa.
É muito dificil conseguir conciliar esse pensamento. Algo que parece tão longe parecer tão perto e algo tão perto, tão longe. Tomara que eu não me depare com algo diferente do tempo. que tem essa característica controversa, pois eu não gostaria de, por exemplo, estar tão perto de alguém e, na realidade, estar tão longe.
Depois de pensar em tudo isso eu me dei conta de uma coisa. É esse o motivo que eu não consigo me dar bem com o "tempo". Eu nunca consigo manter o ritmo dele. Nós sempre acabamos sendo um o oposto do outro. Chato é não saber se eu devo encontrar o ritmo do tempo ou o meu próprio.

Um comentário:

  1. O tempo é realmente inexorável. Algo difícil de se definir.

    Certa vez, li sobre um Wiccano q dizia ter modificado sua própria noção de tempo, fazendo-o passar mais devagar ou mais rápido quando queria.
    Estranho? Nem tanto. Com certeza você já deve ter percebido que, muitas vezes, os dias passam rápido e nem nos damos conta. E, quando estamos ansiosos por algo, ou então com saudades de alguém, o tempo passa se arrastando e o dia parece não acabar.
    Sinceramente, gostaria de ser como esse cara e controlar a minha noção de "tempo". Isso se ele realmente conseguiu tal proeza, o que acho difícil (mas não impossível).

    E entendo como é a sensação de sentirmos que nada mudou quando temos uma conversa com alguém "da antiga". Quando menos esperamos encontramos um amigo que nos foi muito querido, mas com quem perdemos contato, e sentimos como se nada tivesse mudado. Como se nós mesmos não tivéssemos mudado e tudo continuasse a mesma coisa. Bom, isso é o que eu chamo de verdadeira amizade: aquela que nem o tempo consegue modificar o que nós sentimos pela pessoa (e o modo como nos sentimos ao seu lado).
    Acho bom, de certa forma, saber que, mesmo com o passar dos anos, continuarei a ser a mesma pessoa que eu era ao lado desse amigo: carinhosa, amorosa, chata, brincalhona, extrovertida. Enfim, tudo o que dificilmente consigo demonstrar para alguém que conheço nos dias de hoje.

    São os tipos de "encontros ao acaso" que nos fazem bem. Algumas palavras trocadas e, mesmo no caos da nossa vida, conseguimos sorrir novamente, por conta das boas lembranças que nos vem em mente.
    Claro que também é uma faca de dois gumes: da mesma forma que podemos encontrar uma pessoa que nos traz boas recordações, também podemos encontrar alguém que nos lembra o oposto. E tendemos a ficar deprimidos pensando nisso.
    Mas nada que os amigos atuais, aqueles que estão presentes na sua vida agora, não possam resolver.

    E não só encontros nos fazem relembrar momentos, como também músicas e situações. Nossa mente funciona de um jeito engraçado e único com esse tipo de coisa. Até hoje não entendi muito bem como funciona a minha (e creio que nunca entenderei).

    Mas, se tem uma coisa que aprendi, é que devemos viver o presente. Lógico, possuímos responsabilidades e devemos planejar o futuro, mas nunca deixando de viver nosso "Agora". O passado está no passado, e quem vive nele é museu.
    Podemos ter boas ou más recordações, mas devemos sempre manter a cabeça erguida e não olhar para trás. Afinal, até mesmo um pé na bunda te leva pra frente ^^

    C'est la vie. Viva em seu próprio ritmo, aquele que vai te deixar feliz. Tem coisas que não podemos deixar que nos influenciem, e nosso ritmo é uma dessas coisas.
    Eu possuo o meu. Talvez não seja o ideal no ponto de vista de outrem, mas o é para mim. E estou muito feliz assim =]

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