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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Poucos segundos fazem toda a diferença.

A cada dia que passa parece ser só mais um dia. Uma rotina, um certo número de horas certas para que o relógio volte com o ponteiro para o início marcando o começo de um novo dia.
Poucas coisas variam nos meus dias. As que são mais incomuns acabam me motivando a escrever. Um dia que eu vou para um lugar diferente, vejo algo que eu não conhecia, aprendo algo... Acontece algo de "novo" no meu dia. O estranho é que dessa vez eu não me vi num dia tão diferente assim dos dias rotineiros e monotonos. Foi um dia como outro qualquer.
Acordei atrasado, almocei um almoço que já tinha comido varias vezes, vesti minhas roupas de sempre e saí de casa seguindo o mesmo caminho que eu sempre faço no decorrer da semana. Normal.
Eu a cada passo só pensava como era quando eu era pequeno. Eram aqueles pensamentos aleatórios que se tem ao andar sozinho na rua sem ter fones nos ouvidos com uma música que te agrade. Não esperava que nada me atingisse do modo que atingiu.
Eu estava preocupado em atravessar uma das ruas para poder seguir no meu trajeto e ao atravesá-la me deparei novamente com meus pensamentos aleatórios por um breve momento. Não tinha como pensar em muito mais coisa depois de ter reparado quem vinha na minha direção.
Sabe aquele dia que você acorda e acha que vai ser só mais um dia? Você torce para não ser e para você acabar chegando em casa feliz por algo bom ter acontecido. Não foi bem um dia assim.
Eu acabara de vê-la... ela que foi uma das poucas que me fez querer esquecer de tudo para só poder dar atenção e carinho para ela. Uma das poucas que me fez sentir mais do que um simples sentimento. Ela me fez, de fato, sentir algo.
Dessa vez não foi algo que eu gostei de sentir. Ela vinha na minha direção, mas não por algo que eu pudesse saber. A unica certeza que eu tive é que não era por minha causa, já que ela estava de mãos dadas com um rapaz. E não venha tentar me dar esperanças pensando que eram só amigos. Os dedos entrelaçados e os olhares apaixonados. Algo que nós tivemos e que naquele momento eu vi que morreu.
Parece que esse momento que eu detestei tanto durou uma eternidade. Que eu acabei assistindo por um grande periodo de tempo essa cena. Na realidade não durou mais do que 10 segundos. 10 segundos... Dez. Um periodo de tempo ridiculo comparado a se quer um minuto. E só nesse curto intervalo o meu dia se tornou ruim.
Eu que nunca tinha sentido um ciume de algo que eu não pudesse chamar de meu, de algo que eu depois nem soube se tive. A minha mente se tornou um campo minado enquanto eu pensava cada vez mais em motivos para achar defeitos nela. E eu achei muitos. O ciume me ajudou bastante... Ele soube fazer o seu trabalho.
O estranho é saber que na realidade ela não fez nada e que o vilão da história acabou sendo eu mesmo por não conseguir entender a felicidade dela e de me sentir só mais um depois de ter me sentido um só. É somente uma questão de tristeza. O ciumes veio junto dela e o que eu fiz para piorar foi me deixar levar por ele. Ela merece ser feliz e eu não posso me intrometer, mas não me trate mais com o carinho que você tratava. Em 10 segundos eu vi que agora é ele quem merece.
Estranho me sentir trocado sendo que nem mesmo haveria o que se trocar, uma vez que não existe um "nós". Mas ao menos eu achava que existia "eu" e "você". 10 segundos fizeram dessa esperança uma saudade... Saudade de algo que eu não sei mais se quero que volte.

2 comentários:

  1. Cada dia que passa eu vejo mais que seus textos melhoram, mais concisos, com mais sentimento...
    é o ciume é uma merda mesmo, eu que o diga, o mais ciumento e o mais invejoso.
    Invejoso sim, porque eu que achava que escrevia bem hoje vejo que sou nada mais que um escritor de lembretes... mas... acredito que com todo esse potencial (e quem quiser que me corrija, eu os desafio) você teria um grande potencial como escritor.
    Continue com o blog Márcio tá muuuuuito foda Parabens!!!

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  2. Todos temos ciúmes. Nos sentimos donos de algo, queremos possuir tal coisa, ou pior, tal pessoa.

    E quando vemos algum ex que foi importante para nós, mesmo que não sintamos mais nada por ele, vamos nos sentir mexidos por vê-lo feliz ao lado de alguém.

    Isso nos afeta porque pensamos "ele/ela seguiu em frente e eu não"; "ele/ela já achou a felicidade com alguém, enquanto ainda estou sozinha(o)".

    É uma merda, mas faz parte de ser humano...

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