terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Coisas que aprendi.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Esse sou eu falando...
Ah, águas passadas... Ultimamente o passado começou a querer parecer mais presente. Eu sei que é algo passageiro e que talvez já tenha terminado e eu nem me dei conta, só que eu gostei de dessa vez ter percebido. Para tantos que dizem que eu vivo no passado, agora eu vejo que é um passado muito mais presente do que aparenta.
Talvez essa seja a resposta. Talvez a felicidade já tenha encontrado comigo, mas não era o momento certo e ela teve que me deixar até poder e querer voltar. Não seria ótimo um dia encontrar com ela na rua e conversar como se nada mais importasse e no fim ela me dissesse que sentiu a minha falta e eu não conseguisse deixar de dizer que isso foi mutuo? Seria sim.
A procura que tanto me consome e me cansa pode ser reduzida a só um sentimento de perda, talvez. Será que é isso que me falta? Meio que produzir essa saudade... Acho difícil. Felicidade nenhuma consegue se manter saudável presa a um sentimento tão temporal. E mesmo que pudesse, eu não gostaria de me ver com uma felicidade que está usando uma máscara. Seria muito revoltante não ser o motivo do sentimento e sim o escape.
Certas vezes também o passado me atinge de uma forma que me deixa sem ação. De uma forma que eu não consigo deixá-lo preso ao presente. Parecem feridas abertas em certos momentos e palavras não ditas querendo sair da minha boca. Não é algo que eu consiga controlar muito bem. Por mais que eu não diga ou faça algo que seja critico e que o passado se afaste mais de mim, eu também não pareço sair dessa posição defensiva e apreensiva e eu não entendo bem isso. Não é que eu não queira, mas eu que não vejo sendo uma boa hora. Não sei direito.
Uma coisa que não me agrada são as ironias. Quando não importa mais o que ficou no passado, mesmo sendo aquela coisa que no presente eu gostaria que fosse diferente. Então eu deixo cair no esquecimento, passa-se um tempo enorme e por fim se torna o que eu disse que gostaria que fosse. Detesto essa ironia, porque depois do momento ter passado e de nada mais se fazer necessário que acontece. É muito revoltante o mundo girar quando não há mais importância.
Também não gosto quando o mundo gira e volta para a estaca zero. Já me falaram algumas coisas que mudaram e eu sorri com isso. Umas eram boas e ruins, dependia do ponto de vista, mas todas me fizeram sorrir independentemente do que orocorrera. Depois que eu soube disso e finalmente pude deixar o tempo levar essas lembranças pra longe, vem alguém e me conta fatos que fazem tudo não ter parecido sair do zero. É muito frustrante.
Mas no fim eu vejo que tudo é questão de perspectiva. O tempo, os acontecimentos e a felicidade. A minha felicidade é diferente da sua, das pessoas que você conhece. A minha é única, como a sua é única para você. Isso nos faz sentir como é a singularidade posta em prática. Eu detesto isso, mas essa é só a minha perspectiva.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Uma amizade por uma feliciadade.
E a história chega a um fim onde nenhum dos lados sabe que caminho seguir. A convivência não era mais a mesma e os valores acabaram mudando com o tempo. O que eles tinham um entre o outro agora se tornara algo muito pessoal e individual. Não havia mais um momento de felicidade mutua, agora um deles havia mudado.
- Por que estamos parando aqui no meio do nada, moça?
Charles pergunta com esperança nos olhos.
- Quero te mostrar uma coisa, amigo. Desça do carro.
Diz Lucia sem tirar os olhos da dianteira do carro parecendo abalado.
- Tudo bem, moça.
Diz Charles parecendo conformado e ainda confuso enquanto abre a porta e olha para Lucia. Lucia olha de volta e diz:
- Você sabe que eu vou ter que ir embora, meu amigo. Sabe que não há outro jeito.
Diz isso com uma voz de cansaço e com olhos cheios de lágrimas. Em seguida Charles se desespera por um segundo, pensa em abrir a porta do carro e segurando a maçaneta ele só olha para Lucia e pergunta:
- Foi por causa do porta retrato do chefe, moça?
Lucia sorri enquanto uma lágrima escorre pelo seu rosto e diz:
- Não, meu amigo. É que eu não consigo ser feliz com ele com você estando por perto. Desculpe-me, mas chegou meu momento de ser feliz com ele. O nosso momento, meu e seu, já passou. Eu sinto muito.
Lucia diz isso enquanto liga o carro e olha pela ultima vez para o seu amigo que sai de perto do carro senta-se ao lado do meio fio e se conforma. Ela vai embora sem se despedir, sem pela ultima vez passar a mão na cabeça dele como sempre fazia. Pareciam dois estranhos que casualmente esbarraram um no outro na rua, pediram desculpas e continuaram a seguir seus caminhos.
Pouco depois começa a chover e Charles continua ali no mesmo lugar sem saber o que fazer. Agora ele não tinha mais um lar. Era um cão sem dono e não sem importava com a chuva, pois a mesma camuflava suas lágrimas. Não foi justo o que acontecera. Não foi algo tão incomum também.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Sem narrador.
- Só um minutinho. É rápido.
- Tudo bem, eu espero.
...
- Pronto. Diga.
- Eu preciso falar com você. Quando é seu intervalo?
- Pode ser agora. Deixa eu pegar minha bolsa.
...
- O que você queria falar comigo?
- Eu queria te perguntar o que você acha que temos.
- Como assim?
- Qual a classificação da nossa relação afetiva.
- Amizade.
- Você está enganada.
- Você veio até meu trabalho e pediu para eu te acompanhar até esse restaurante e almoçar com você para me dizer que não somos mais amigos?
- Não. Eu vim abrir seus olhos e dizer que nunca fomos.
- Você é um idiota.
...
- Alô, você está acordado?
- Oi. Sim, estou. Aconteceu alguma coisa?
- Não, só queria me desculpar pelo jeito que saí andando hoje a tarde coberta de raiva. Queria também te perguntar o motivo de você ter me falado aquilo.
- Desculpe se não conseguir ser sutil, mas parecia que eu estava te enganando. Certas vezes você parecia esperançosa.
- Mas passamos por bons momentos juntos. Rimos bastante.
- É verdade, porém eu nunca pude ser seu amigo e eu sinto muito por isso.
- Por que não?
- Porque eu nunca poderia te contar meus segredos. Isso te magoaria e eu ficaria triste com isso.
- Então acabou...
- É... Desculpe.
- Então a gente se vê.
- É. A gente se esbarra.
- Boa noite.
- Boa noite.
...
sábado, 4 de dezembro de 2010
Desejo por queda livre.
O rapaz abre os olhos e pensamentos assolam sua cabeça confusa.
- O que e isso? Nossa, que dor! Aonde eu estou? Que manchas vermelhas são essas?
Pergunta para uma pessoa que não vai fazia um bom tempo e que sempre se apresentou dizendo ser sua consciência e novamente volta-se para ele e tenta responder cada uma de suas perguntas dizendo:
- Vamos do princípio. Você está vendo o céu, está na sarjeta, são gotas de sangue escorrendo pelos seus olhos.
O rapaz fica relutando contra a dor e agora contra o desespero. Ele não entende como chegou ali e porque está assim, eis que pergunta:
- Porque eu estou assim? Quem fez isso?
Sua consciência suspira por estar farta de ouvir tais perguntas, mas responde as perguntas do rapaz.
- Você está assim porque quer estar. Quem fez isso foi a incerteza que parece agora ser a sua melhor amiga. Vocês vivem juntos. Olhe para o lado e você a verá.
Com muito custo o rapaz vira seu rosto para o lado e olha uma mulher desesperada sem saber o que fazer. Ela não diz nada, não olha para ele. Somente parece procurar uma resposta para uma pergunta e faz isso desesperadamente como se nada mais importasse. Ele percebe que não há preocupação por ele. Só pela resposta.
O rapaz volta-se novamente para o céu e para sua consciência que olha fixamente para ele esperando uma pergunta. O rapaz diz:
- Foi ela que me deixou assim?
- Foi.
- Eu permiti.
- Sim.
- O que eu faço?
- Siga meu conselho.
- Qual seu conselho?
- Não pule outra vez.
Ele de repente se lembra e o tempo parece não estar mais congelado, pois o seu amigo aparece correndo, tenta levantá-lo e reanimá-lo. Olhando fixamente para o céu e sem prestar atenção na voz se esvaindo, ele só sussurra uma coisa.
- Eu prometo escutar dessa vez.
O seu amigo não escuta, pois o momento não o deixou se fixar nas palavras baixas e nos lábios imóveis do amigo. Dias depois ele acorda e se vê coberto pro uma colcha branca e sua mãe dormindo ao lado da cama. Do outro lado ele vê flores, cartões e balões com várias mensagens de melhoras.
O tempo para de repente e ele vê uma pessoa de preto entrar no quarto e sentar do lado dele. Logo em seguida a incerteza entra e senta ao lado da pessoa. Dessa vez calma e olhando para ele com um olhar frio e vazio. A pessoa de preto pega sua mão por um momento, larga e vai em direção a janela e a abre. Logo em seguida ele sai do quarto e a incerteza fixa seu olhar na janela. O rapaz levanta-se e debruça-se na janela. Sua mãe acorda, mas se mantém imóvel para não assustá-lo e ele cair e espera.
O rapaz vê a sua consciência ao lado dele debruçada com ele na janela e sorri. Ele sorri de volta e pergunta:
- Você me ouviu?
Ainda sorrindo a consciência apenas sai da janela e vai embora do quarto. O rapaz fecha a janela e escuta ecoar no corredor o choro da incerteza. Dessa vez ele ouviu.