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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Coisas que aprendi.

1 - A minha geração é a pior. Com certeza.

2 - Os filmes com o tempo foram se tornar sacais e sem criatividade.

3 - Tristeza não é um estado permanente. É meramente temporal se você quiser.

4 - As maioria das pessoas são idiotas e mentirosas.

5 - Ignorância é uma benção, mas ignorância excessiva é irritante.

6 - Quando se está triste por causa de paixão/amor, não há ninguém que vá te reconfortar a ponto de você ficar feliz por mais de algumas horas.

7 - Religião mal "utilizada" faz as pessoas ficarem cegas e estúpidas.

8 - Poucas são as mulheres que se importam se você consegue se inspirar por causa dela.

9 - Poucas são as mulheres que fazem questão de dar um ultimo beijo.

10 - Eu não vou e não quero mudar o mundo com esse blog.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Esse sou eu falando...

Cansei desses textinhos tristes e melancólicos. Já estou bem grandinho para ficar deprimido por tão pouco. Eu gostaria de falar toda aquela baboseira egocêntrica relacionada ao quanto ela significou e o quanto deixou de significar, mas iria parecer somente que eu ainda penso nela ou quero me vingar por algum motivo idiota. Apenas direi que são águas passadas.
Ah, águas passadas... Ultimamente o passado começou a querer parecer mais presente. Eu sei que é algo passageiro e que talvez já tenha terminado e eu nem me dei conta, só que eu gostei de dessa vez ter percebido. Para tantos que dizem que eu vivo no passado, agora eu vejo que é um passado muito mais presente do que aparenta.
Talvez essa seja a resposta. Talvez a felicidade já tenha encontrado comigo, mas não era o momento certo e ela teve que me deixar até poder e querer voltar. Não seria ótimo um dia encontrar com ela na rua e conversar como se nada mais importasse e no fim ela me dissesse que sentiu a minha falta e eu não conseguisse deixar de dizer que isso foi mutuo? Seria sim.
A procura que tanto me consome e me cansa pode ser reduzida a só um sentimento de perda, talvez. Será que é isso que me falta? Meio que produzir essa saudade... Acho difícil. Felicidade nenhuma consegue se manter saudável presa a um sentimento tão temporal. E mesmo que pudesse, eu não gostaria de me ver com uma felicidade que está usando uma máscara. Seria muito revoltante não ser o motivo do sentimento e sim o escape.
Certas vezes também o passado me atinge de uma forma que me deixa sem ação. De uma forma que eu não consigo deixá-lo preso ao presente. Parecem feridas abertas em certos momentos e palavras não ditas querendo sair da minha boca. Não é algo que eu consiga controlar muito bem. Por mais que eu não diga ou faça algo que seja critico e que o passado se afaste mais de mim, eu também não pareço sair dessa posição defensiva e apreensiva e eu não entendo bem isso. Não é que eu não queira, mas eu que não vejo sendo uma boa hora. Não sei direito.
Uma coisa que não me agrada são as ironias. Quando não importa mais o que ficou no passado, mesmo sendo aquela coisa que no presente eu gostaria que fosse diferente. Então eu deixo cair no esquecimento, passa-se um tempo enorme e por fim se torna o que eu disse que gostaria que fosse. Detesto essa ironia, porque depois do momento ter passado e de nada mais se fazer necessário que acontece. É muito revoltante o mundo girar quando não há mais importância.
Também não gosto quando o mundo gira e volta para a estaca zero. Já me falaram algumas coisas que mudaram e eu sorri com isso. Umas eram boas e ruins, dependia do ponto de vista, mas todas me fizeram sorrir independentemente do que orocorrera. Depois que eu soube disso e finalmente pude deixar o tempo levar essas lembranças pra longe, vem alguém e me conta fatos que fazem tudo não ter parecido sair do zero. É muito frustrante.
Mas no fim eu vejo que tudo é questão de perspectiva. O tempo, os acontecimentos e a felicidade. A minha felicidade é diferente da sua, das pessoas que você conhece. A minha é única, como a sua é única para você. Isso nos faz sentir como é a singularidade posta em prática. Eu detesto isso, mas essa é só a minha perspectiva.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Uma amizade por uma feliciadade.

E a história chega a um fim onde nenhum dos lados sabe que caminho seguir. A convivência não era mais a mesma e os valores acabaram mudando com o tempo. O que eles tinham um entre o outro agora se tornara algo muito pessoal e individual. Não havia mais um momento de felicidade mutua, agora um deles havia mudado.

- Por que estamos parando aqui no meio do nada, moça?

Charles pergunta com esperança nos olhos.

- Quero te mostrar uma coisa, amigo. Desça do carro.

Diz Lucia sem tirar os olhos da dianteira do carro parecendo abalado.

- Tudo bem, moça.

Diz Charles parecendo conformado e ainda confuso enquanto abre a porta e olha para Lucia. Lucia olha de volta e diz:

- Você sabe que eu vou ter que ir embora, meu amigo. Sabe que não há outro jeito.

Diz isso com uma voz de cansaço e com olhos cheios de lágrimas. Em seguida Charles se desespera por um segundo, pensa em abrir a porta do carro e segurando a maçaneta ele só olha para Lucia e pergunta:

- Foi por causa do porta retrato do chefe, moça?

Lucia sorri enquanto uma lágrima escorre pelo seu rosto e diz:

- Não, meu amigo. É que eu não consigo ser feliz com ele com você estando por perto. Desculpe-me, mas chegou meu momento de ser feliz com ele. O nosso momento, meu e seu, já passou. Eu sinto muito.

Lucia diz isso enquanto liga o carro e olha pela ultima vez para o seu amigo que sai de perto do carro senta-se ao lado do meio fio e se conforma. Ela vai embora sem se despedir, sem pela ultima vez passar a mão na cabeça dele como sempre fazia. Pareciam dois estranhos que casualmente esbarraram um no outro na rua, pediram desculpas e continuaram a seguir seus caminhos.
Pouco depois começa a chover e Charles continua ali no mesmo lugar sem saber o que fazer. Agora ele não tinha mais um lar. Era um cão sem dono e não sem importava com a chuva, pois a mesma camuflava suas lágrimas. Não foi justo o que acontecera. Não foi algo tão incomum também.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sem narrador.

- Você está com tempo?

- Só um minutinho. É rápido.

- Tudo bem, eu espero.

...

- Pronto. Diga.

- Eu preciso falar com você. Quando é seu intervalo?

- Pode ser agora. Deixa eu pegar minha bolsa.

...

- O que você queria falar comigo?

- Eu queria te perguntar o que você acha que temos.

- Como assim?

- Qual a classificação da nossa relação afetiva.

- Amizade.

- Você está enganada.

- Você veio até meu trabalho e pediu para eu te acompanhar até esse restaurante e almoçar com você para me dizer que não somos mais amigos?

- Não. Eu vim abrir seus olhos e dizer que nunca fomos.

- Você é um idiota.

...

- Alô, você está acordado?

- Oi. Sim, estou. Aconteceu alguma coisa?

- Não, só queria me desculpar pelo jeito que saí andando hoje a tarde coberta de raiva. Queria também te perguntar o motivo de você ter me falado aquilo.

- Desculpe se não conseguir ser sutil, mas parecia que eu estava te enganando. Certas vezes você parecia esperançosa.

- Mas passamos por bons momentos juntos. Rimos bastante.

- É verdade, porém eu nunca pude ser seu amigo e eu sinto muito por isso.

- Por que não?

- Porque eu nunca poderia te contar meus segredos. Isso te magoaria e eu ficaria triste com isso.

- Então acabou...

- É... Desculpe.

- Então a gente se vê.

- É. A gente se esbarra.

- Boa noite.

- Boa noite.

...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Desejo por queda livre.

O rapaz abre os olhos e pensamentos assolam sua cabeça confusa.

- O que e isso? Nossa, que dor! Aonde eu estou? Que manchas vermelhas são essas?

Pergunta para uma pessoa que não vai fazia um bom tempo e que sempre se apresentou dizendo ser sua consciência e novamente volta-se para ele e tenta responder cada uma de suas perguntas dizendo:

- Vamos do princípio. Você está vendo o céu, está na sarjeta, são gotas de sangue escorrendo pelos seus olhos.

O rapaz fica relutando contra a dor e agora contra o desespero. Ele não entende como chegou ali e porque está assim, eis que pergunta:

- Porque eu estou assim? Quem fez isso?

Sua consciência suspira por estar farta de ouvir tais perguntas, mas responde as perguntas do rapaz.

- Você está assim porque quer estar. Quem fez isso foi a incerteza que parece agora ser a sua melhor amiga. Vocês vivem juntos. Olhe para o lado e você a verá.

Com muito custo o rapaz vira seu rosto para o lado e olha uma mulher desesperada sem saber o que fazer. Ela não diz nada, não olha para ele. Somente parece procurar uma resposta para uma pergunta e faz isso desesperadamente como se nada mais importasse. Ele percebe que não há preocupação por ele. Só pela resposta.
O rapaz volta-se novamente para o céu e para sua consciência que olha fixamente para ele esperando uma pergunta. O rapaz diz:

- Foi ela que me deixou assim?

- Foi.

- Eu permiti.

- Sim.

- O que eu faço?

- Siga meu conselho.

- Qual seu conselho?

- Não pule outra vez.

Ele de repente se lembra e o tempo parece não estar mais congelado, pois o seu amigo aparece correndo, tenta levantá-lo e reanimá-lo. Olhando fixamente para o céu e sem prestar atenção na voz se esvaindo, ele só sussurra uma coisa.

-
Eu prometo escutar dessa vez.

O seu amigo não escuta, pois o momento não o deixou se fixar nas palavras baixas e nos lábios imóveis do amigo. Dias depois ele acorda e se vê coberto pro uma colcha branca e sua mãe dormindo ao lado da cama. Do outro lado ele vê flores, cartões e balões com várias mensagens de melhoras.
O tempo para de repente e ele vê uma pessoa de preto entrar no quarto e sentar do lado dele. Logo em seguida a incerteza entra e senta ao lado da pessoa. Dessa vez calma e olhando para ele com um olhar frio e vazio. A pessoa de preto pega sua mão por um momento, larga e vai em direção a janela e a abre. Logo em seguida ele sai do quarto e a incerteza fixa seu olhar na janela. O rapaz levanta-se e debruça-se na janela. Sua mãe acorda, mas se mantém imóvel para não assustá-lo e ele cair e espera.
O rapaz vê a sua consciência ao lado dele debruçada com ele na janela e sorri. Ele sorri de volta e pergunta:

-
Você me ouviu?

Ainda sorrindo a consciência apenas sai da janela e vai embora do quarto. O rapaz fecha a janela e escuta ecoar no corredor o choro da incerteza. Dessa vez ele ouviu.