O rapaz abre os olhos e pensamentos assolam sua cabeça confusa.
- O que e isso? Nossa, que dor! Aonde eu estou? Que manchas vermelhas são essas?
Pergunta para uma pessoa que não vai fazia um bom tempo e que sempre se apresentou dizendo ser sua consciência e novamente volta-se para ele e tenta responder cada uma de suas perguntas dizendo:
- Vamos do princípio. Você está vendo o céu, está na sarjeta, são gotas de sangue escorrendo pelos seus olhos.
O rapaz fica relutando contra a dor e agora contra o desespero. Ele não entende como chegou ali e porque está assim, eis que pergunta:
- Porque eu estou assim? Quem fez isso?
Sua consciência suspira por estar farta de ouvir tais perguntas, mas responde as perguntas do rapaz.
- Você está assim porque quer estar. Quem fez isso foi a incerteza que parece agora ser a sua melhor amiga. Vocês vivem juntos. Olhe para o lado e você a verá.
Com muito custo o rapaz vira seu rosto para o lado e olha uma mulher desesperada sem saber o que fazer. Ela não diz nada, não olha para ele. Somente parece procurar uma resposta para uma pergunta e faz isso desesperadamente como se nada mais importasse. Ele percebe que não há preocupação por ele. Só pela resposta.
O rapaz volta-se novamente para o céu e para sua consciência que olha fixamente para ele esperando uma pergunta. O rapaz diz:
- Foi ela que me deixou assim?
- Foi.
- Eu permiti.
- Sim.
- O que eu faço?
- Siga meu conselho.
- Qual seu conselho?
- Não pule outra vez.
Ele de repente se lembra e o tempo parece não estar mais congelado, pois o seu amigo aparece correndo, tenta levantá-lo e reanimá-lo. Olhando fixamente para o céu e sem prestar atenção na voz se esvaindo, ele só sussurra uma coisa.
- Eu prometo escutar dessa vez.
O seu amigo não escuta, pois o momento não o deixou se fixar nas palavras baixas e nos lábios imóveis do amigo. Dias depois ele acorda e se vê coberto pro uma colcha branca e sua mãe dormindo ao lado da cama. Do outro lado ele vê flores, cartões e balões com várias mensagens de melhoras.
O tempo para de repente e ele vê uma pessoa de preto entrar no quarto e sentar do lado dele. Logo em seguida a incerteza entra e senta ao lado da pessoa. Dessa vez calma e olhando para ele com um olhar frio e vazio. A pessoa de preto pega sua mão por um momento, larga e vai em direção a janela e a abre. Logo em seguida ele sai do quarto e a incerteza fixa seu olhar na janela. O rapaz levanta-se e debruça-se na janela. Sua mãe acorda, mas se mantém imóvel para não assustá-lo e ele cair e espera.
O rapaz vê a sua consciência ao lado dele debruçada com ele na janela e sorri. Ele sorri de volta e pergunta:
- Você me ouviu?
Ainda sorrindo a consciência apenas sai da janela e vai embora do quarto. O rapaz fecha a janela e escuta ecoar no corredor o choro da incerteza. Dessa vez ele ouviu.
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