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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sem narrador.

- Você está com tempo?

- Só um minutinho. É rápido.

- Tudo bem, eu espero.

...

- Pronto. Diga.

- Eu preciso falar com você. Quando é seu intervalo?

- Pode ser agora. Deixa eu pegar minha bolsa.

...

- O que você queria falar comigo?

- Eu queria te perguntar o que você acha que temos.

- Como assim?

- Qual a classificação da nossa relação afetiva.

- Amizade.

- Você está enganada.

- Você veio até meu trabalho e pediu para eu te acompanhar até esse restaurante e almoçar com você para me dizer que não somos mais amigos?

- Não. Eu vim abrir seus olhos e dizer que nunca fomos.

- Você é um idiota.

...

- Alô, você está acordado?

- Oi. Sim, estou. Aconteceu alguma coisa?

- Não, só queria me desculpar pelo jeito que saí andando hoje a tarde coberta de raiva. Queria também te perguntar o motivo de você ter me falado aquilo.

- Desculpe se não conseguir ser sutil, mas parecia que eu estava te enganando. Certas vezes você parecia esperançosa.

- Mas passamos por bons momentos juntos. Rimos bastante.

- É verdade, porém eu nunca pude ser seu amigo e eu sinto muito por isso.

- Por que não?

- Porque eu nunca poderia te contar meus segredos. Isso te magoaria e eu ficaria triste com isso.

- Então acabou...

- É... Desculpe.

- Então a gente se vê.

- É. A gente se esbarra.

- Boa noite.

- Boa noite.

...

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